terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Atena

   
Atena , também conhecida como Palas Atena é, na mitologia grega, a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia, das artes, da justiça e da habilidade. Uma das principais divindades do panteão grego e um dos doze deuses olímpicos, Atena recebeu culto em toda a Grécia Antiga e em toda a sua área de influência, desde as colônias gregas da Ásia Menor até as da Península Ibérica e norte da África. Sua presença é atestada até nas proximidades da Índia. Por isso seu culto assumiu muitas formas, além de sua figura ter sido sincretizada com várias outras divindades das regiões em torno do Mediterrâneo, ampliando a variedade das formas de culto.

A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de sua cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma virgindade perpétua. Era imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia páreo. Foi padroeira de várias cidades mas se tornou mais conhecida como a protetora de Atenas e de toda a Ática. Também protegeu vários heróis e outras figuras míticas, aparecendo em uma grande quantidade de episódios da mitologia.

Foi uma das deusas mais representadas na arte grega e sua simbologia exerceu profunda influência sobre o pensamento grego, em especial nos conceitos relativos à justiça, à sabedoria e à função civilizadora da cultura e das artes, cujos reflexos são perceptíveis até nos dias de hoje em todo o ocidente.


Filha de Zeus e Métis, deusa da prudência. Quando Métis se encontrava grávida de Atená, Urano e Gaia preconizaram que o segundo filho do casal seria mais poderoso que seu pai e que terminaria por destroná-lo. Zeus, com medo ter o mesmo destino que seu pai Crono , decidiu engolir sua esposa. Assim feito, completado o tempo de gestação, o deus raio foi acometido de uma terrível dor de cabeça. Hefesto foi convocado à sua presença e com seu machado de bronze abriu-lhe o cranio de um só golpe.

Feito isto, saltou de dentro de sua cabeça Atená, vestida com brilhante armadura, brandindo sua lança e soltando gritos de guerra. Vocacionada para a guerra desde o nascimento distinguia-se, contudo, da belicosidade sangrenta de Ares. Atená era uma estrategista por excelência. Sábia e prudente era ferrenha defensora de nobres ideais como a justiça, a paz e a ordem. Ao contrário de Ares, amante da força bruta, apreciava a luta racional e os golpes executados com sabedoria e inteligência. Tão logo após seu nascimento, engajou-se na luta contra o gigante Palas que havia se insurgido contra os olímpicos. Consumada a vitória, a deusa esfolou seu adversário, fez de sua pele uma couraça e adotou seu nome como epíteto, passando a ser também conhecida por Palas ou ainda, Palas Atená.         

Não amou deus ou mortal algum e embora houvesse sofrido inúmeras perseguições, manteve-se casta. Numa investida da qual foi vítima, Hefesto, que havia sido abandonado por Afrodite, tentou violentá-la. Em vão foi à fuga porque mesmo sendo coxo, o deus ferreiro logrou alcançá-la. Atená se defendeu lutando, mas não conseguiu se desvencilhar a tempo de impedir que uma gota de seu sêmen caísse sobre uma de suas pernas. Enojada, a deusa limpou-se com um pedaço de lã que em seguida atirou ao solo. Assim fecundada, a Terra concebeu um menino, metade criança, metade serpente, a qual chamou Erictônio, nome que significa “filho da Terra”. Com o intuito de ocultar a criatura dos deuses, Atená o encerrou numa caixa a qual confiou às filhas de Cécrope: Aglauro, Herse e Pândrosa. Tomadas de imensa curiosidade, ignoraram a advertência de Palas de que jamais deveriam olhar seu conteúdo. Aterrorizadas com a visão do pequeno monstro, enlouqueceram atirando-se do alto do rochedo de Acrópole.

A deusa, ao tomar conhecimento do fato, recolheu a criança levando-a consigo para seu templo e lá a educou. Mais tarde, Cécrope que foi o primeiro rei mítico da Ática, entregou a Erictônio o reino de Atenas.

À medida que as cidades iam sendo fundadas, era comum que os deuses delas se apropriassem a fim de protegê-las por um lado e por outro, receber adoração por parte de seus habitantes. Foi assim que Palas e Posídon se envolveram numa ferrenha disputa. Cécrope determinou que cada deus produziria algo novo para a cidade e que o povo, para dar fim a questão escolheria o vencedor baseando-se para tanto no critério de utilidade da invenção. Posídon bateu no solo com seu tridente e fez nascer uma fonte de água salgada. Atená criou a oliveira, de cujo fruto os gregos retiravam o alimento e o combustível para a iluminação. Venceu esta última criação e a cidade, em sua homenagem recebeu seu nome: Atenas.

Foi na cidade de Colófon, que a deusa, exímia fiandeira e perita na arte de bordar encontrou Aracne. Filha de Idmon, modesto tintureiro, Aracne era exímia tecelã. Contudo, quanto maior aumentava sua fama, maior se fazia sua arrogância. A moça não se cansava de se vangloriar de seus dotes e habilidades e se proclamava insuperável. Tal desmesura chegou aos ouvidos de Atená que, disfarçada numa velha e encarquilhada senhora, advertiu a jovem do perigo que corria com tal descomedimento, atitude inadmissível para os deuses. Recebeu insultos como resposta e por isso, a deusa, sentindo-se desafiada aceitou competir com Aracne. Iniciaram as duas a trabalhar. Atená bordou a cena de sua disputa com Posídon pela cidade de Atenas, enquanto que Aracne, capciosamente representou os aspectos menos louváveis dos deuses, especialmente com relação aos amores ilícitos de Zeus. Irritada com a beleza do trabalho e sem encontrar ali defeito algum, Atená rasgou-o e em seguida feriu sua rival com a agulha. Ultrajada, a jovem tecelã em vão tentou enforcar-se, mas foi impedida pela deusa que a transformou em aranha condenada a viver tecendo para toda a eternidade.

Vários templos lhe foram consagrados, porém, o maior e mais conhecido foi o Partenon, palavra que em grego significa virgem, e localizado em Acrópole.

Na guerra entre gregos e troianos aliou-se aos primeiros, já que estes lutavam em defesa da fidelidade e da honra, idéias nobres com os quais a deusa prontamente se identificava.

Atená deixou inúmeros legados à humanidade. Ensinou os homens a arte de fiar e bordar e a arte de domar cavalos. Criou a flauta e inventou o leme para evitar que os barcos se perdessem ao sabor das ondas. Introduziu na Ática a oliveira e inventou os instrumentos agrícolas. No ramo das atividades guerreiras, inventou a quadriga, o carro de guerra e dirigiu a construção do navio Argo.

Deusa da justiça e da razão era muitas vezes chamada a aconselhar os deuses. Protetora dos valentes e corajosos guiava também as atividades práticas do dia a dia o que fez com que ganhasse o título de obreira.




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